O que é?

Tumor na tireoide é um nódulo, uma alteração na estrutura física da glândula que pode estar relacionada ao hipo, hiper ou eutireoidismo. Nódulos tireoidianos são extremamente comuns na população geral. A prevalência de nódulos palpáveis é de aproximadamente 4 a 7%; contudo, se considerarmos os nódulos subclínicos diagnosticados por ultrassonografia cervical, essa prevalência ultrapassa 50% na população com mais de 40 anos de idade.

O tumor pode ser benigno (adenoma ou hiperplasia) ou maligno (câncer). Apenas 5 a 10% dos nódulos representam risco de malignidade para o paciente. A diferença entre eles se traduz na capacidade de invadir estruturas e de se espalhar pelo corpo (metástases). Assim, é importante diferenciá-los e saber quais as opções de tratamento para levar uma vida sem maiores prejuízos.

 

O principal desafio para o especialista é diferenciar um nódulo com potencial maligno de um nódulo tireoidiano inócuo. Para isto, utilizam-se dados de história e exame físico, características ultrassonográficas e de Doppler, marcadores séricos e a citologia do nódulo, obtida por Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF).

 

Com esses dados, é possível identificar com razoável sensibilidade e especificidade as pessoas portadoras de carcinomas da tireoide e promover o adequado tratamento desses pacientes, maximizando assim, os índices de cura da doença.

 

Tipos de tumores malignos

Existem diferentes tipos de tumores da tireoide, uns mais agressivos, outros menos. Eles podem ser divididos didaticamente em carcinomas bem diferenciados, moderadamente diferenciados, pouco diferenciados e indiferenciados. Ainda, dentro de cada grupo há suas variantes (células altas, células de Hürthle etc.). Confira alguns exemplos:

Carcinoma papilífero: é o tipo mais comum, sendo responsável por aproximadamente 80% de todos os cânceres da tireoide, e pode aparecer em pessoas de qualquer idade e sexo. Porém, é mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos. Quando ocorre em homens tende a ser mais agressivo. A chance de cura neste tipo histológico chega a 95%.

Carcinoma Folicular: é o segundo tipo mais comum e apresenta seu pico de incidência entre os 40 e 60 anos de idade. É mais agressivo que o papilífero, mas costuma responder bem ao tratamento.

Carcinoma medular: acomete mais frequentemente a população entre 40 e 60 anos de idade nos casos esporádicos (e, nos casos familiares, ocorre mais frequentemente por volta dos vinte anos) e muitas vezes está associada à mutações nos genes RET. É mais agressivo que os carcinomas bem diferenciados da tireoide (papilífero e folicular) e de difícil tratamento.

Carcinoma anaplásico: é o mais raro dos cânceres da tireoide e também o mais agressivo. A mortalidade tende a 100% e ocorre dentro de seis meses após o diagnóstico. Nesses casos, quando indicada, a cirurgia costuma ser paliativa e visa à qualidade de vida do paciente. Desenvolve-se, na maioria das vezes, de uma minoria de casos de bócios ou de carcinomas papilíferos ou foliculares que não foram diagnosticados e tratados cirurgicamente.

 

Diagnóstico

Para se diferenciar o tumor benigno do maligno, investiga-se a glândula tireoide por meio de exames de imagens e laboratoriais, além de se proceder à retirada de uma amostra das células presentes no tumor através da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF).

Muitas vezes, pode ser descoberto por meio do autoexame, quando o paciente palpa o pescoço e percebe nódulos ou alterações texturais na tireoide, ou até em exames de rotina.

É importante que, ao perceber o nódulo, se busque ajuda médica especializada. Outro sinal que pode indicar a doença é o aumento dos gânglios linfáticos do pescoço.

Outros exames, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, ajudam a avaliar se o tumor se espalhou para outras partes do corpo. São exames de diagnóstico por imagem úteis para verificar a possível invasão do tumor para outras partes do corpo além da tireoide.

 

Tratamento

Em relação aos tumores malignos da tireoide, exceto nos casos de carcinoma anaplásico, o tratamento padrão é a cirurgia. Dependendo do tamanho e do local do tumor, pode ser retirada parte da tireoide ou a glândula inteira. Também, pode ser necessária a retirada de tecidos acometidos por metástases do tumor primário.

   Depois da retirada cirúrgica do tumor, a depender do estadiamento anátomo-patológico e dos achados intra-operatórios, pode ser necessária a complementação do tratamento através da administração de iodo radioativo

Para esclarecimentos e informações complementares frente às particularidades de cada caso, procure um médico especialista da sua confiança.

Dr. Rubens Kenji Aisawa

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